Frente às várias concepções de história da modernidade, essa série tem como objetivo apresentar como a história se molda frente ao eterno, carregando uma espiritualidade mais direta do que o pensamento vulgar dá como real, como se Deus tivesse um abismo com a finitude humana (como alguns deístas apresentam) ou como se Ele não fosse um ser existente (tal como os materialistas).

Do conceito de História

A história teve vários significados dentro da própria história (irônico, não?), cada concepção carregando um estado de espírito (na terminologia hegeliana) perante ao eterno, como os povos aurorais tendo uma ideia de tempo cíclico, ou seja, o tempo como imagem móvel da eternidade; alguns povos judeus e cristãos tendo um tempo linear escatológico; os modernos com sua concepção de história como progresso; etc. Portanto, definirei a história, por começo, como mera temporalidade. Posteriormente o conceito será melhor desenvolvido e analisado.

Saltos no Ser e a Participação

Utilizando da metodologia de Voegelin, deve-se enxergar a realidade da história pelo olhar daqueles que participam dela, ou seja, saltar na ordem (Ser) pela consciência histórica dos indivíduos numa narrativa, como exemplo, quando lê-se uma estória infantil, a criança encarna o personagem da estória, tentando o imitar, muita das vezes. É nesse sentido que a visão histórica dos participantes é necessária, assim não é fácil cair em erros vulgares de tratar a história como se fosse um objeto de fora, mas como um processo interno da própria humanidade frente ao eterno.

Esse processo é o que Eric chama de participação (Methexis), utilizando do linguajar de Platão, significando entre-meio, melhor dizendo, o homem é o que está no meio entre a realidade temporal e a realidade eterna, tentando manter a ordem pelas revelações teofânicas do Supremo ou tentando se afastar de um dos lados, tal como se vẽ no materialismo, tentando afastar-se da ideia de Deus, e do gnosticismo, tentando se afastar da temporalidade sem a fé.

Logos e Theourgia

Também é necessário analisar o Logos, quer dizer, o eterno de cada revelação e civilização. Igualmente, é conveniente utilizar-se do termo Theourgia, que vem dos neoplatônicos, que é uma busca da divinização do corpo e da alma por meios das energias divinas, resumidamente, buscar a ordem com o eterno. O que será de muito proveito para exemplificar o anseio do homem a um princípio e ter unidade com este.

Por fim, a história se revelará como uma busca incessante pela ordem, assim, a ordem da história é a história da ordem.